O próprio nome já é autoexplicativo, “Relatório de Sustentabilidade”. Nada mais é que uma forma de comunicação entre as empresas e os seus stakeholders, e tem como objetivo apresentar os impactos positivos e negativos da operação das organizações.

Esses relatórios surgiram como uma alternativa consistente para dar maior transparência das empresas e aumentar a conexão com os públicos com os quais elas se relacionam.

Normalmente, as empresas estabelecem um prazo para divulgação desses relatórios, sejam eles anuais ou bienais, depende de cada uma.

O relatório deve ter linguagem simples, que facilite o entendimento de qualquer pessoa. Ele se baseia em 3 pilares: social, ambiental e econômico.

No passado, esses relatórios, sem a metodologia, tendiam mais para uma peça publicitária abordando apenas o lado positivo. Atualmente, eles já viraram ótimas ferramentas de gestão estratégica para as organizações.

Vantagens de produzir esse Relatório

Transparência: As pessoas reconhecem quando uma empresa é transparente com elas, portanto, é importante não divulgar apenas suas conquistas, mas também os resultados ruins que obteve no período, caso tenha tido algum.

Autocrítica e autodiagnóstico: As empresas têm a oportunidade de avaliarem e melhorarem o seu desempenho por meio dos resultados dos relatórios.

Engajamento com as partes interessadas: o processo de construção da Matriz de Materialidade, etapa fundamental na construção de um Relatório de Sustentabilidade, propicia a interação com os stakeholders internos e externos, seja de forma presencial ou on-line.  Desse processo são identificados todos os temas que potencialmente têm impacto no negócio.

Melhoria da reputação da empresa: Uma proposta real de sustentabilidade cria imagem e reputação, fazendo com que os seus princípios e o propósito sejam realmente notados. Contribui para a diferenciação da concorrência, na fidelização dos clientes e ainda pode gerar mídia espontânea sobre as suas ações de sustentabilidade.

Envolvimento com os temas engajados: Levando em conta o tripé sustentável, há dois dos seus pilares que estão extremamente valorizados atualmente: o social e o ambiental. Ter um foco no desenvolvimento dessas áreas faz com que a empresa seja reconhecida e gere credibilidade.

Relatório GRI (Global Reporting Initiative)

Relatório de Sustentabilidade

Uma das ferramentas que tem ocupado crescente espaço nas discussões sobre o uso de indicadores de sustentabilidade nas organizações são as chamadas diretrizes GRI.

É considerada uma importante referência mundial. Criada em 1997 e lançada em 2000, é uma instituição global independente e sem fins lucrativos, ela propõe uma estrutura para mensurar os desempenhos sustentáveis das empresas.

O ex-presidente da GRI, Ernst Ligteringen (falecido em 15 de junho de 2017), cedeu uma entrevista em 2012 para revista Exame em que fala sobre a relevância e os impactos do Relatório GRI para sociedade.

Ele afirma que a produção de Relatórios de Sustentabilidade apoia as empresas 3 aspectos:

1 – Fazer uma gestão estratégica para o futuro baseada nos impactos negativos e positivos da sustentabilidade.

2 – Melhorar o diálogo entre empresa e colaboradores para auxiliar na identificação de riscos e oportunidades relacionadas à sustentabilidade.

3 – Mudar a mentalidade, fazendo que tenham uma visão mais moderna de gestão e invistam um tempo maior no chamado tripé sustentável.

Para Ernst, os relatórios são de interesse público e buscam gerar valores sustentáveis para sociedade em geral.

Acompanhem a entrevista completa no link: exame.abril.com.br/mundo/qual-e-a-importancia-dos-relatorios-de-sustentabilidade/ .

Evolução: GRI G4 em 2013 para GRI Standards em 2018

Relatório de Sustentabilidade

Ao longo do tempo, foram desenvolvidas várias versões GRI, sendo a mais recente, criada em 2016 e lançada em 2018, a Standards. Com uma estrutura mais flexível e confiável, conta com 33 conteúdos padrão de tópicos específicos organizados em 3 séries: Tópicos Econômicos (Série 200), Tópicos Ambientais (Série 300) e Tópicos Sociais (Série 400); além dos Fundamentos (101), Conteúdos Gerais (102) e Forma de Gestão (103). 

Abaixo, o resumo das principais características da nova versão:

– Estrutura modular;

– Esclarecimentos sobre como usar e fazer referência à Norma;

– Uma distinção mais clara entre requisitos (“deve”), recomendações (“deveria”) e orientações;

– Esclarecimentos adicionais para conceitos da G4 (ex: “impactos” e “limite de tópicos”);

– Revisão geral da edição para melhorar a funcionalidade: a terminologia foi simplificada e alguns tópicos foram agrupados ou realocados.

Indicadores de Resultados

Quando falamos de indicadores de resultados para relatórios GRI, surge sempre uma dúvida relacionada a qual seria o melhor indicador para a empresa.

Cada organização foca mais nos indicadores que mais lhe interessa e/ou têm mais sinergia com o seu negócio, sejam eles da área econômica, social ou ambiental.

Mas é importante salientar que todos os indicadores devem ser mostrados!

É ótimo produzir relatórios que só demonstram os pontos positivos e as conquistas das empresas, porém, se um dos fatores mais importantes do Relatório de Sustentabilidade é a transparência, por que não demonstrar os pontos negativos também?

Ao relatar os resultados negativos que obteve, é recomendável apontar os caminhos em busca das soluções para minimizar, melhorar e evitar que as falhas apresentadas voltem a se repetir.

Um outro fator relevante a ser observado é que as empresas costumam definir indicadores que acham mais importantes, sem mesmo antes consultar os seus stakeholders.

Grande erro! Nem sempre o indicador que a empresa considera mais relevante vai ser o que os seus colaboradores e outros públicos de relacionamento consideram também. E, muitas vezes, indicadores ignorados pelas empresas são considerados importantes pelos stakeholders.

Por isso, não deixe de pesquisar e escutar as pessoas antes de definir suas estratégias de gestão.

Pense menos em “como eu vejo” e mais em “como os outros me veem?”. Tenha uma visão mais ampla do seu negócio.

Bons Exemplos no Uso das Diretrizes para Relatórios de Sustentabilidade

São várias as empresas que são referências na aplicação da sustentabilidade e na produção de relatórios. Alguns casos interessantes, que estão compartilhados na internet, são os da Unilever e da MRV.

Ambas postaram vídeos relacionados a seus relatórios sustentáveis no Youtube, confira abaixo:

Relatório da Unilever referente ao ano de 2017.

Relatório GRI da MRV referente ao ano de 2017.

Essas empresas possuem também em seus sites uma área destinada exclusivamente para falar sobre sustentabilidade.

Segue o link para acessar o site da Unilever: www.unilever.com.br/sustainable-living/

Relatório de Sustentabilidade

Segue o link para acessar o site da MRVwww.mrv.com.br/sustentabilidade/pt

Relatório de Sustentabilidade

Conclusão

Relatórios de Sustentabilidade não são obrigatórios por lei, mas a sua utilização pelas empresas se tornar essencial para se diferenciar no mercado.

Seguramente, quem não se preocupa com a sustentabilidade fica atrás em relação a seus concorrentes.

Use-o da melhor forma possível, foque em seguir os bons exemplos, se torne uma empresa referência em sustentabilidade e produza relatórios sustentáveis cada vez melhores.

Sua empresa estará ajudando, além de si mesmo, a sociedade em geral. Se todos tivessem esse mesmo tipo de preocupação, com certeza teríamos um mundo muito melhor.

 

Não perca tempo! Utilize estratégias de gestão modernas como os Relatórios de Sustentabilidade. Diga se você conhece outros tipos de relatórios semelhantes a esse.

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Rita Diascanio

Diretora Executiva da Contatus Comunicação